
O cuidador formal e o cuidador informal, embora desempenhem as mesmas tarefas, têm diferenças significativas. Entenda, neste artigo, qual a diferença entre cuidador formal e informal e conheça as características de cada um.
Pessoas que se encontram em situação de dependência carecem de cuidados acrescidos, pois não conseguem fazer grande parte das atividades essenciais para a sua sobrevivência e qualidade de vida.
Enquanto algumas dessas pessoas optam pela institucionalização (como lares de idosos, por exemplo), outras ficam em casa, a cargo de familiares, amigos ou vizinhos, ou contratam um profissional que as acompanhe no domicílio.
Existem vantagens e desvantagens em qualquer uma das opções, cabendo à pessoa em situação de dependência (sempre que possível) escolher o melhor para si (tendo em conta que, quando envolve o cuidado por parte de familiares, amigos e/ou vizinhos, esta é uma decisão conjunta, que envolve uma série de fatores).
Para perceber melhor o que envolve o cuidado formal e informal de pessoas em situação de dependência, e para conseguir tomar uma decisão ponderada, continue a ler o artigo e entenda o que é um cuidador formal, um cuidador informal, e quais as diferenças entre eles.
O que é um cuidador informal?
O cuidador informal (principal ou não) é alguém que se disponibiliza a cuidar de uma pessoa em situação de dependência, sem qualquer vínculo laboral ou retribuição financeira. Geralmente, é alguém que vive com a pessoa dependente.
O cuidador informal principal é aquele que presta ajuda a tempo inteiro, que vive na mesma casa que a pessoa cuidada. Um cuidador informal não principal presta apoio à pessoa cuidada com regularidade, mas não permanentemente.
Em Portugal, atualmente, é possível pedir o Estatuto de Cuidador Informal, como descrito no Decreto Regulamentar n.º 1/2022, de 10 de janeiro. Este dá o reconhecimento de que a pessoa cuida de alguém em situação de dependência (de forma regular ou permanente).
O cuidador informal principal tem direito ao subsídio de apoio ao cuidador informal principal, ao regime de trabalhador-estudante (no caso de frequentar um estabelecimento de ensino) e pode pedir o enquadramento no Regime Seguro Social Voluntário (permite que o cuidador pague contribuições para a Segurança Social, garantindo benefícios de proteção social).
Consulte o nosso artigo sobre o Estatuto de Cuidador Informal para conhecer todos os detalhes e saber como pedir. Esteja a par, também, das novas regras com o Estatuto do Cuidador Informal alargado.
O que é um cuidador formal?
O cuidador formal, ao contrário do informal, é um profissional, com contrato de trabalho (ou trabalhador independente), que recebe um salário da entidade empregadora (empresa privada, instituição pública ou pessoa singular) para prestar cuidados a pessoas dependentes.
Assim como qualquer trabalhador, o cuidador formal tem horário de trabalho, remuneração e benefícios sociais (segurança social, férias pagas, seguro de acidentes de trabalho).
Diferença entre cuidador formal e informal
Enquanto o cuidador informal é um familiar, amigo, vizinho, com quem a pessoa cuidada já tem relação pré-estabelecida, que cuida sem retorno monetário, o cuidador formal é um prestador de serviços, que recebe um salário pelo trabalho que desempenha.
É importante dizer que as empresas que prestam cuidados formais a pessoas em situação de dependência devem ser certificadas pela Segurança Social.
A principal diferença entre os cuidadores formais e informais reside nas abordagens no cuidado. Enquanto os cuidadores formais são profissionais treinados e especializados no cuidado de pessoas dependentes, os cuidadores informais não.
Cuidadores formais têm conhecimentos profundos sobre necessidades físicas e emocionais de pessoas dependentes, além de conhecimentos de primeiros socorros que podem ser úteis em várias situações.
Já os cuidadores informais não têm formação (regra geral), o que não os impede de cuidar dos seus familiares, amigos ou vizinhos, mas que pode limitar a sua capacidade de agir da melhor forma em algumas situações (como emergências médicas, por exemplo). Apesar de não terem os conhecimentos de um cuidador formal, os cuidadores informais oferecem uma conexão emocional que só alguém muito próximo consegue dar.
Diferenças entre cuidador formal e informal | ||
| Cuidador formal | Cuidador informal |
Contrato de trabalho | Tem | Não tem |
Proteção legal | Abrangido pelo Código do Trabalho | Não tem |
Benefícios sociais | Segurança Social | Acesso limitado a apoios específicos |
Reconhecimento profissional | Reconhecido como profissão | Tido como obrigação (familiar ou moral) |
Formação | Curso técnico e formações especializadas | Não tem |
Quando contratar um cuidador formal de idosos?
Um cuidador de idosos, seja formal ou informal, tem uma série de responsabilidades no que concerne ao bem-estar físico, emocional e social da pessoa cuidada.
Ter uma estrutura profissional, com cuidadores formais, permite que pessoas idosas e os seus familiares beneficiem de uma abordagem de cuidados consistentes, com rotinas estabelecidas e benéficas para a pessoa cuidada.
Assim, deve procurar apoio de um cuidador formal (numa instituição ou ao domicílio) quando a pessoa idosa já carece de ajuda nas tarefas diárias. Pessoas totalmente dependentes, e desde que elas e familiares tenham essa possibilidade, devem procurar a ajuda de profissionais capazes.
Caso opte pela não-institucionalização, tenha em consideração as necessidades específicas antes de escolher um cuidador ao domicílio. Perceba quais as habilidades que o cuidador formal precisa de ter para ajudar da melhor forma. Por exemplo, se a pessoa a ser cuidada sofre de demência, será importante que o cuidador tenha experiência com essa condição.
Procure referências do cuidador antes de contratar. Certifique-se de que é de confiança e de que poderá acompanhar por um longo tempo a pessoa a ser cuidada.